domingo, 20 de novembro de 2011

E o tempo se desfez, mesmo nunca tendo existido!

O divertido de fazer esse blog sem pretenções é que posso experimentar a liberdade de ser honesto!
Esse capítulo eu escrevi logo em seguida do III... mas não publiquei porque ainda estava em dúvida sobre como continua-lo e não queria publicar algo sem continuidade e sem finalização... ME TRAÍ!... Porque o que aconteceu foi exatamente isso! Procrastinei e não escrevi nem publiquei mais do conto... e o tempo se desfez.
No entanto, tenho ganas de continuar a escrever e para continuar preciso abandonar os excessos, desapegar do já feito e seguir mais leve... o peso do passado me paralisa e exatamente agora me desvinculo dele, como um corcel que se solta da carruagem e matreiro escoiceia o ar! 
Segue-se o conto!


CAPITULO IV
EU ERA EU
A manhã despontava e um canto nostálgico de um pássaro raro ecoava timidamente perto de mim. Eu queria viver! Eu queria continuar! Eu queria sair dali! Mais do que nunca eu queria sobreviver e nunca mais voltar ao castelo! Eu não queria que ninguém do reino voltasse para me resgatar, eu não queria voltar para aquele mundo monocromático de metal, para aquelas pessoas monotônicas e mascaradas. Eu queria começar de novo! Queria começar do zero! Esquecer que um dia pertenci aquilo que chamavam vida e viver uma história verdadeiramente minha, uma história que não era metálica, mas era também de terra e matéria orgânica, era de brisa e de chuvisco, uma história de ardores e de mística, uma história que não teria um começo nem um fim, várias histórias!
Mas eu já estava metálico, parte de mim era metal e a minha parte que ainda era terra e madeira, não se identificava! Minha parte metálica, sem que eu mandasse se movia e me levava de volta para o castelo, não sabia como controlar aquilo o peso da minha contraparte orgânica era demais para a parte metálica carregar sozinha, a solução foi realmente me amputar, separar de vez o metal da matéria orgânica – será  que eu sobreviverei a isso? Pensei a princípio, mas minha parte metálica não precisava pensar, quase nunca pensava, e sem que eu mesmo ponderasse comigo, fui amputado!
Subitamente minha parte metálica tombou ao chão, ainda segurando minha parte orgânica e inerte ainda adormecida pela picada do escorpião. Nesse momento algo incrível acontecia comigo, eu sabia quem eu era. Eu era Eu! Não havia mais divisão! Não haviam consciências disputando atenção, ou controle, ou nada que fosse. Eu sabia o que queria e sabia como. Meu corpo inerte e vivo não era uma metade era uma integridade maior! Me dividindo definitivamente eu estava integrado com tudo, sabia o que queriam de mim, sabia o que eu queria do mundo.
        Eu precisava descansar um pouco e esperar o veneno do escorpião se diluir, eu soube que o melhor a fazer era aproveitar e me deleitar com o momento presente. Alívio, que as perspectivas viessem sem que eu as buscasse, que o futuro ficasse esquecido no passado em que eu não conseguia encontrar ávida que sempre esteve ao meu encalce!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pessoas Equivocadas - I

Inclusive eu provavelmente estou equivocado, mas me permitindo acreditar em um momento ínfimo de lucidez e discernimento.
Nos equivocamos em dizer eu te amo, ou em não dizer eu te amo?
Nos equivocamos quando apontamos o dedo ou quando não apontamos para nós mesmos?
Nos equivocamos quando desejamos tanto uma coisa que não enxergamos o que nos faz bem/felizes
Nos equivocamos quando por termos uma idéia sobre algo impedimos que esse algo nos surpreenda e assim perdemos nossa fé na vida
Nos equivocamos quando acreditamos que as forças externas são tão maiores que só nos cabe partir para o Combate, e esquecemos que nenhum combate transforma mais do que o amor.
Perdemos a fé no amor e damos a nossa mão para o medo, para intolerancia, para a violencia, para o COMBATE.

Eu jamais entraria em um Combate que não fosse por amor, qualquer outro motivo seria DESONRA!
Tanto se fala de Guerreiros!
Tanto se aprende a lutar, seja lutas marciais, seja o combate do dia a dia!
Tanto se valorizam os adjetivos de: O Guerreiro! O Herói! O Batalhador! O Lutador!...
Mas pouco ou NADA se sabe sobre o que é ser um Guerreiro, um Herói, Um Lutador...
Poucos sabem o que é uma Batalha REAL!
Elocubram sobre a força, o poder, o combate... mas não entendem que nada disso é fim em si mesmo, que para o verdadeiro Guerreiro, nada disso importa e o combate nunca foi uma escolha!
GUERREIROS NÃO ESCOLHEM O COMBATE, ELES EVITAM!
E quando a Batalha é NECESSÁRIA eles a abominam! E desejam nunca ter realizado isso.

Quem gosta de lutar, batalhar, combater é sempre o antagonista... o prazer em sofrer ou imputar sofrimento é DOENÇA!
Quem gosta de ser chamado de guerreiro, de batalhador, de herói, de lutador provavelmente nunca lutou, nunca batalhou... nunca experimentou a sensação de impotencia e abandono e teve que, SOZINHO, reaver algo a muito tempo perdido.
Estão equivocados quem acha que chamar o outro de guerreiro,  batalhador é um Elogio.
Dizer isso, para quem realmente o É, é uma forma de reacender a luz de uma lembrança desagradável de um momento em que era preciso, era necessário lutar.

"Muitos falam do Dragão, mas quando o Dragão aparece raros são os que o reconhecem, mais raros são os que compreendem, improváveis são os que ficam na presença do mesmo, único é aquele capaz de vence-lo"